10 de novembro de 2009

A Viagem

Era uma viagem normal e comum para alguma praia interiorana em que fariamos todas as besteiras que adolescentes na melhor idade fazem. Estavamos em 5 pessoas, 3 garotas, eu e um amigo.

O sol brilhava e o trânsito fluia bem em direção ao "Teeneage Dream", em uma das estradas bem arborizadas desse país. Entre paradas obrigatórias para as necessidades fisiológicas, paravamos para admirar a paisagem e fazer outras necessidades fisiológicas enquanto isso.

Meu amigo, vamos chama-lo de Joe, estava dirigindo o carro que era do irmão da nossa amiga, vamos chama-la de Carol. Tudo bonito, tudo batuta até que Joe avisa que há um problema, "talvez o pneu tenha furado" ele disse.

Fizemos piadas e rimos enquanto, Joe parava o carro e dava a confirmação. Tivemos que tirar todas as tralhas armazenadas no porta-malas, que não eram poucas e tirar o estepe com as ferramentas. Aí que está, no lugar do estepe tinha apenas um grande buraco negro, não se via ferramentas em lugar nenhum.

Acabamos no meio do nada, com um pneu furado, 3 garotas que não podiam quebrar as unhas e sobrou para os dois homens resolver a situação. Desconsideramos percorrer alguma distância com o pneu furado porque isso terminaria de acabar com o carro.

Para nossa sorte, quase não havia sinal de telefone naquela área montanhosa e o única faisca de civilização estava a anos luz de distância a pé. Tinhamos visto telefones amarelos de emergência de beira de estrada alguns kilometros atrás, parecia a única solução então fomos a essa jornada munidos de água, barras energéticas e Red Bull.

Usando todas as técnicas possiveis de Bear Grylls, cruzamos com animais ferozes como lagartas, sol ardente, carros em alta velocidade, carros de ricos em alta velocidade, lixo humano biodegradável e desagradável e finalmente chegamos no Telefone Amarelo de Emergência. Estavamos quase pedindo uma ambulância para nós, mas ficamos só no guincho.

Depois de tudo resolvido na borracharia e de sermos zoados por todos os mecânicos do lugar, Carol viu o forte sinal de telefone e ligou para xingar o irmão pela falta de estepe, como resposta ele disse: "eu tiro para ficar mais leve". Até hoje não sabemos se ele estava falando sério, eu gosto de acreditar que não.

1 deboches:

Renato disse...

Onde mais precisamos, não temos celular. Ou se temos, o sinal não pega.

Maldito Murphy e suas leis.

Aliás, belo texto.

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