Como bom paulistano sem carro, eu ando de ônibus, de metrô etc, etc. Nesse momentos de pura meditação em que ninguém fala com ninguém, no máximo troca um "licença" para passar ou sentar em algum lugar, temos alguém não aceito na sociedade e que é popularmente conhecido como o Maluco.
O Maluco se assemelha a uma entidade que encarna nas pessoas, não segregando raça, credo ou cor, ele simplesmente está ali e deixa a pessoa fazendo coisas estranhas.
Lembro de uma vez em que um senhor de pele vermelha, com cabelos muito grisalhos saindo por baixo de seu chápeu velho e surrado, começou a estranhamente mandar beijos para mim no ônibus. Eu o encarei levantando uma sombrancelha, pareceu ter dado certo, olhei para o outro lado e quando viro de novo, lá está ele declarando seu amor.
Como ele estava de um lado do corredor e eu do outro, tinha um ótimo espaço de separação, com minha fiel mochila preenchendo o banco ao lado, o máximo que poderia acontecer era eu dar uma cotovelada na cara do senhor maluco. Por sorte ele sossegou e eu fui tranquilhamente embora.
Outra vez estava eu andando na rua enquanto um senhor de idade mais avançada que o anterior, pareceu jogar futebol com uma bola invisível, dando um belo chute no ar, ao mesmo tempo que era juiz e arbitro, exemplo de sagacidade.
Eu sei que qualquer um deles pode ter alguma doença ou coisa parecida, mas absolutamente nada nega o fato de que com maluco não se brinca.
Video meramente ilustrativo