1 de julho de 2011

Um Anônimo


- Ele iniciou sua campanha por Borgia, assassinando o Escorpião Rei.
- Escorpião Rei estava em Borgia? Ele pertence as terras áridas, não à floresta de pedra.
- Sim, meu senhor, mas o Assassino é astuto, espera o momento em que sua vítima está mais despreparada e ataca.
- Eu estava preocupado, mas suas histórias me alarmaram ainda mais.
- Não é preciso alarme, meu senhor, você me contratou para protege-lo e é isso que continuarei fazendo.
- Você está me custando muito, mas se for necessário para proteger minha vida, gastarei o que for preciso.

O Imperador terminou a conversa tomando um último gole do vinho. Gordo e lento, se levantou com esforço e se dirigiu à janela para contemplar as estrelas no céu. Com seu cálice em mãos, disse:

- Você me disse que ele foi visto pela última vez na Babilônia... Que os deuses o impeçam de se associar com os assírios, mas pelo menos ele está longe daqui. Me pergunto como ele se movimenta tão rápido.
- Dizem que ele roubou cavalos Britanos. Acredito que seja verdade, porque sempre que eu o seguia, estava à 2 passos atrás dele e meu cavalo não é ruim, foi criado nos pastos de Corã, na Tucasca.
- Já fiz algumas negociações com eles, bons cavalos realmente. Eu só queria saber o porquê desse homem estar matando os reis das Terras Secas. Eu entenderia se fosse pelo poder, mas tudo que ele faz depois de matar os pobres coitados, é saquear seus bens. Para um ladrão, ele está botando muito esforço em sua conquista.
- Mas não é só matar e saquear, meu senhor, ele está deixando o controle na mão do povo. Nenhum outro rei subiu ao trono, principalmente porque não haviam herdeiros para toma-lo.
- Sim, você me disse que era por isso que acredita que eu serei o próximo.
- Por isso e por você ser o ultimo desgraçado que restou.

Quando a reação chegou ao cérebro, já era tarde demais. Tudo que ele pode pensar foi na dor que sentiu quando a lâmina fria atravessou sua nuca enquanto uma mão cobria sua boca. Nenhum ruído alto foi feito, o assassino retirou a faca e colocou o Imperador de Solima deitado no chão, esfaqueando seu coração 3 vezes, como manda o Ato. Limpou a lâmina em um pano que trouxera e a escondera novamente em sua bainha, junto com o pano em um bolso por dentro da calça.

Saiu pela porta, avisando ao guarda de prontidão que Seu Imperador não deveria ser incomodado pelo resto da noite. Já no estábulo, achou seu belo cavalo Britano de pêlos marrons e deixou a morada do Imperador a galope, enquanto abria seu alforje para pegar alguns papéis retangulares, que começou a espalhar pela cidade enquanto ia embora dela. No papel, havia os dizeres: "Está cidade agora é sua e de todos vocês, para o bem ou para o mal"

1 deboches:

Renato disse...

Li isso em um momento bastante oportuno, logo depois de ver Reservoir Dogs. Ajudou na visualização da cena.

Muito bom texto, aliás.

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