19 de outubro de 2010

O Último Adeus de Gregory House

House foi uma série boa, boa enquanto durou, uma série que abriu um novo ramo de séries, séries aonde temos um personagem principal desbocado que resolve algum problema (The Mentalist, Eleventh Hour). House se encontra no começo da sétima temporada e embora eu vá continuar assistindo enquanto durar, acho que é preciso que alguém encerre esse martírio de alguma forma, mostrando o porquê a série não fazer mais sentido agora e tudo que sobrou foi um bom ator.

O Doutor House foi um personagem criado com a referência do grande e mundialmente conhecido Sherlock Holmes. Holmes tem som de "Homes" ou seja "casas" dando origem ao nome do senhor House, isso só se confirma pelo fato de seu apartamento ser o de número 221B, o mesmo do senhor Holmes.

Simpatizamos com o House porque ele fala o que a maioria de nos não fala por medo ou pelo bom convívio social, é um anti-herói, com uma ferida física (sua perna) que reflete todas as suas falhas emocionais. Diziam que ele falava demais mesmo antes de ter o infarto no músculo da perna, mas o personagem faz muito mais sentido com a perna machucada, tomando altas doses de calmante (vicodin) e sendo o misantropo que é.

Tudo isso envolvido no "mistério" do porquê ele ser tão mal humorado e sarcástico, o que acabamos descobrindo sutilmente serem defesas dele. O que o House tem mais medo é de mudar seu jeito e perder o dom dele de diagnosticar doenças, a única coisa que o faz ser especial. E saber disso só deixa o personagem mais interessante.

Na questão da história, os roteiristas se preocupam em pegar doenças raras com sintomas bizarros, beleza, mas além dessas doenças todas, em todos os episódios excelentes tem algo mais. É um tema polêmico, ou uma situação de vida ou morte envolvendo fatores que deixa a coisa mais difícil, como transplantes entre amantes, só que um deles não quer mais nada com o outro e depois do transplante ele não vai poder se separar porque vai estar devendo um rim pra outra e por aí vai. Temas como a eutanásia, ou religião contra ciência são só alguns dos mais interessantes ao longo das 3 primeiras temporadas (as boas temporadas que valem a pena).

Mas como toda a série, os roteiristas acharam por bem mover o personagem, ou ficaria uma mesma coisa por 4 temporadas seguidas e acredito que foi o único jeito de continuar com a série, e tenho que reconhecer isso, mas para mim ela já acabou no primeiro episódio da quarta temporada.

Tudo bem, mudaram a equipe e tudo, só que a coisa começou a ficar feia de verdade quando o House parou com as drogas. Tudo bem que o cara estava chapadasso, com alucinação da namorada do amigo e tal, mas botar ele em uma clínica de reabilitação foi sacanagem.


Nem tudo estava mal, tinha alguns episódios esporádicos bons, e todo fim e começo de temporada eram memoráveis. Seguindo esse padrão, quando eu vi o primeiro episódio da sétima e atual temporada (nos EUA) e achei ruim, notei que algo estava errado, muito errado.

O grande problema dessa sétima temporada é o relacionamento que o Doutor Casa se meteu, tudo que eu falei no começo de ser um personagem construído baseado no Sherlock Holmes, de ter os medos e problemas dele, praticamente não fazem mais sentido agora que além de ter largado as drogas, está se envolvendo com uma mulher que não é uma prostituta.

O sarcasmo e as brincadeiras adolescentes ainda estão lá, mas não é legal ver tudo isso sendo feito por um cara bem de vida que está comendo uma gostosa. Aliás, o House está resolvendo as coisas como um adulto agora, até a parte de adolescente maluco está se perdendo. O que resta? Só mesmo o ator, Hugh Laurie que continua fazendo um bom trabalho.

Para encerrar esse tratado, já que eu não pretendo mais mencionar a palavra House nesse blog, um conselho aos roteiristas, parem enquanto é tempo. Sério, já mudaram a equipe umas 3 vezes, e estão transformando o House no Shepherd do Greys Anatomy.

No mais, a série foi boa enquanto durou, quem sabe ainda dê tempo, mas esse post foi minha pá de terra nesse assunto, até porquê a maioria de vocês nunca viu e talvez nunca verão a série, principlamente se for para ver na TV aberta, porque House dublado não é House. Para quem não viu e quem está vendo, dêem uma chance pro Casa, pelos velhos tempos, porque os velhos tempos valeram.

2 deboches:

Renato disse...

Falou tudo.

Rest in Peace, House.

Elaine Labrie disse...

humm . pra mim vai c sempre a melhor série.*****.

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