Era perto do carnaval, em algum lugar de São Paulo, capital. Estava eu mais alguns amigos nas comemorações daquela bela festividade, que nada mais era do que uma desculpa para consumir álcool despreocupadamente.
Como vocês devem imaginar, não estavamos fazendo farra em um lugar próprio para isso, era a casa de um amigo e tinhamos muita música alta, muito barulho e vizinhos que tinham suas casas grudadas com a que estavamos. Isso não prestou.
Não houve nem 1 só aviso do vizinho, não sei se por medo de todos aqueles adolescentes bebados ou simplesmente porque sabia que eramos adolescentes que não podem consumir bebidas álcoolicas. Quando a polícia chegou eu estava dentro da casa, falando algumas besteiras quando um amigo meu entrou branco na casa dizendo "Caralh#, a polícia parou aí fora".
Na hora eu não liguei eu ser um adolescente cometendo um crime à polícia, mas meus outros amigos ficaram desesperados. Meu amigo, vamos chama-lo de Marlon, o dono da festa, disse: "F#deu, f*deu, o que a gente vai fazer, abaixa a música, abaixa a música, esse bando de moleque na minha casa todo mundo bêbado, quem que não tá fedendo a alcool aí?", nesse momento ninguém se apresentou, mas a campainha tocou.
Eu sugeri uma solução diplomática, mas Marlon falou que ele estaria f#dido se eles entrassem para revistar e mandou todo mundo ir no quintal enquanto ele ia falar com os políciais. As cerca de 18 pessoas que estavam naquele sobrado minusculo foram para o quintal igualmente pequeno e ficaram lá todos esperando com garrafas de cerveja, vodka e alguns agarrados a maços de cigarro, todos sentados no chão. Podia-se sentir o medo daquelas pessoas de longe, além de outros cheiros.
A tensão era grande, mas piorou quando ligaram a luz da cozinha e vimos dois homens lá. Nesse instante o medo deu lugar a ação, o ultimo refúgio era o quarto de empregada, mas por azar estava trancado e foi aí que a porta da cozinha abriu.
A visão do polícial deve ter sido uma das coisas mais engraçadas que ele já viu, porque estavam lá chorando e encolhidos 18 adolescentes abraçados a garrafas, parecendo refugiados e dizendo que não queriam ir pra cadeia. O polícial deu voz de comando para todos irem para a sala de estar.
Pelo que eu entendi, um dos políciais conhecia o pai de Marlon, por isso ele fez questão de entrar na casa. O polícial deu uma dura em todos nos, confiscando toda a bebida, mas graças a Marlon e também a nosso maior número, não fomos fichados, mas disse que o pai de Marlon ficaria sabendo disso, além dos nossos. Foi o que acabou acontecendo mesmo, tomamos legal, alguns tomaram de cinto, outros de chinelo, coisa triste.
Por isso aqui vai uma lição, nunca faça/vá a uma festa de adolescentes que fique em uma casa, principalmente quando o pai de alguém tiver amigos na polícia.